Roda de conversa debate sobre processo criativo da exposição “Luzes de Belém”

• Atualizado há 13 horas ago

Inaugurada no dia 12 de janeiro, a Exposição “Luzes de Belém – 409 anos”, aberta ao público na Sala Vicente Salles, apresenta um novo olhar sobre a capital da Amazônia. Nesta quinta-feira, 16, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo realizou uma roda de conversa, promovendo o debate sobre a produção artística e explicando o processo de produção das imagens que compõem o acervo da exposição. 

“A exposição é um grande presente da Prefeitura de Belém, do nosso prefeito Igor Normando, para  a nossa cidade. Ela é um presente de vocês, fotógrafos, que enriquecem a nossa cultura e incentivam outros artistas, outros jovens e celebram a nossa cultura. A Sala Vicente Salles é um espaço para vocês, produtores culturais, artistas e expositores. Essa exposição irá motivar, inspirar e incentivar nossos artistas da Amazônia”, declara a Secretária Municipal de Cultura e Turismo,  Cilene Sabino. 

A fotógrafa Patrícia Brasil, que compõem  o quadro de artistas da exposição, declara que a exposição valoriza os profissionais paraenses e mostra os diversos olhares sobre a cidade. “É sempre importante a gente olhar para Belém com várias perspetivas. Quando a gente anda pela exposição, a gente sente isso, as imagens são bem diferentes uma da outra e isso é lindo. A curadoria consegue fazer a gente vagar pela cidade e apreciar as belezas que existem por aqui”.

Patrícia possui uma conexão muito forte com as águas dos rios de Belém e traz isso em suas obras, principalmente na obra “Ilha do Amor”, que integra o acervo da exposição. “Essa minha obra foi produzida em mosqueiro. Em toda minha trajetória, eu tenho uma conexão muito grande com a água, ao observá-la, ao me acalmar, o que me permite ir para vários lugares. É isso que essa minha obra faz, ela faz com que a gente pense num caminho e viaje, cada um com seu modo, cada um com sua vivência, com um caminho aberto e o movimento das águas”, explica a fotógrafa. 

O fotógrafo educador Miguel Chikaoka, que também compõem o quadro de artistas no expositores na exposição, esteve presente na roda de conversa e falou sobre a sua obra “URUBLUES”, criado especialmente em 2004 para compor o acervo do Memorial dos Povos Imigrantes de Belém do Pará, na Sala Vicente Salles, onde a exposição realiza a sua ocupação. O projeto teve a participação de 121 pessoas (trabalhadores e frequentadores do Ver o Peso e seus familiares, estudantes, profissionais liberais, fotógrafos, artistas, crianças e jovens assistidos por projetos e programas sócio-educativos) em oficinas e jornadas de fotografia pinhole realizadas de junho a setembro de 2004, no complexo Mercado-Feira do Ver-o-Peso.

“Nessa obra, nós temos tudo representado e mostramos as riqueza que existem no Ver-o-Peso por meio da fotografia, desde os turistas aos trabalhadores que ali estiveram nesse período. Essa obra homenageia e simboliza pessoas que já foram, pessoas que ainda não se foram, e pessoas que virão constituir o nosso legado, a nossa cidade de Belém, como um lugar onde todo mundo transita, onde todo mundo acolhe”, explica Miguel Chikaoka. 

Para ele, a exposição “Luzes de Belém” é uma grande galeria que mostra as diversas formas de Belém. “Eu a vejo como uma referência de que a cidade tem que ser pensada como um espaço da coletividade, com diversos olhares, diversas opiniões, muitas perspectivas. As imagens mostram que cada lugar em Belém tem o seu valor e que devemos mostrar desde a periferia ao centro, sem o apagamento ou anulamento de qualquer parte da nossa cultura”, ressalta Miguel Chikaoka.

Janice Lima, curadora da exposição, enfatiza a importância de trazer os artistas para explicar suas obras e ter mais diálogo e contato com o público. 

“A nossa mostra traz obras que tratam a cidade de Belém, especialmente do Ver-o-Peso e seus arredores, como a praça do relógio, mas também mostram outros aspectos da cidade, como suas ilhas, mostrando janelas e portas abertas e mostrando as diversas peculiaridades da capital. Essa exposição tem uma grande importância pois traz vários olhares sobre os aspectos da nossa cidade”, reforça Janice Lima. 

A exposição traz fotografias de Ana Patrícia Vasconcelos, Bela Rodrigues, Cristina Carvalho, Dani Jacob, Déia Lima, Marina Lorenzo, Neide Coelho, Patrícia Brasil, Rafael Aguillera, Rosário Travassos, Rosyan Brito, Valério Silveira e Vânia Alves.

De forma totalmente gratuita, a Exposição “Luzes de Belém – 409 anos” estará aberta à visitação até o dia 31 de janeiro. De segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, e aos sábados e domingos, das 9h às 13h, na Sala Vicente Salles, no Memorial dos Povos.

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